“Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Assim, a pessoa que é de Deus estará capacitada e bem preparada para toda boa obra” (2Tm 3,16-17).

Ultimamente os pastores da Igreja têm conclamado todos os católicos a fazerem da Sagrada Escritura a referência para sua vida e sua ação pastoral. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para os anos 2011 a 2015, afirmam: “Alimentando, iluminando e orientando toda a ação pastoral, a Bíblia transborda para a totalidade da existência de pessoas e grupos, tornando-se luz para o caminho (cf. Sl 119,105)” [DGAE 29].

Esta afirmação insiste no fato de que a Palavra de Deus que encontramos na Sagrada Escritura alimenta, isto é, nutre, sustenta, fortalece nosso agir, dá-nos aquilo de que precisamos para nosso caminho como discípulos-missionários de Cristo. Também ilumina, clareia, mostra a estrada. E além do mais, guia o nosso agir como bússola que norteia nossa trilha. Alimentar, iluminar e orientar são três funções da Bíblia na ação pastoral da Igreja, a comunidade de fé.

Como é bom recordar que pastoral deriva da imagem do pastor e se inspira no modo de agir de Deus: “Procurarei a ovelha perdida, reconduzirei a desgarrada, enfaixarei a quebrada, fortalecerei a doente e vigiarei a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito” (Ez 34,16). É esta a imagem ideal do pastor que nossa ação pastoral é chamada a refletir.

O Salmo 23 é uma oração de confiança absoluta no Senhor como pastor: “O Senhor é meu pastor, nada me falta. Ele me faz descansar em verdes prados, a águas tranqüilas me conduz. Restaura minhas forças, guia-me pelo caminho certo…”. O salmista confia porque sabe, por experiência, que Deus ama e cuida.

“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11). Eis aí a expressão máxima de ação pastoral: dedicar a vida ao serviço a exemplo do Senhor: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” ().

Nossa ação pastoral será frutuosa na medida em que nos deixarmos conduzir pela Palavra de Deus na Sagrada Escritura, que é útil para instruir, argumentar, corrigir e educar, como nos diz a segunda carta a Timóteo. Ela nos preparará para exercemos nossa missão pastoral com segurança, competência, mística, dedicação e alegria.

Estejamos atentos para não confundir os frutos da ação pastoral com o sucesso, os resultados grandiosos, que nos enchem de orgulho e satisfação. Nossa missão na pastoral é lançar a semente. Os frutos da semente dependem do Senhor da messe. O apóstolo Paulo já havia advertido os coríntios: “[…] A cada um o Senhor deu sua tarefa: eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer. […] Importante é aquele que faz crescer: Deus. […] Pois nós somos colaboradores de Deus, e vós, lavoura de Deus, construção de Deus” (1Cor 3,5-9).

Este é o caminho que a Sagrada Escritura nos aponta para realizar nossa ação pastoral. Não nos preocupemos com os resultados, mas com a fidelidade à nossa missão, inspirando-nos no Senhor, o bom pastor.

Pe. Videlson Teles de Meneses
Coordenador da Animação Bíblica da Pastoral da Arquidiocese de Aracaju-SE

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