Milhares de pessoas participaram no dia 17 de outubro no município de Bom Jesus da Lapa, de um ato público em defesa ao Rio São Francisco. Mobilizadas pela seca e unidas com um propósito, a população ribeirinha, estudantes, entidades e organizações ligadas à articulação popular São Francisco Vivo, levaram um gole d’água ao Velho Chico, como é conhecido.

Diante de uma das maiores secas nos últimos 30 anos, todos que participaram da caminhada levavam consigo garrafas pet, jarros cheios de água além de um sentimento de conscientização. Neste ato, o objetivo era dar um gole d’água simbólico ao rio que estar secando, e encontra-se com o nível de água mais baixo dos últimos anos.

Para o Padre Roque Silva, um dos objetos do ato é sensibilizar a população para o uso consciente da água, tendo em vista o baixo nível que se encontra o rio. A comunidade precisa se adequar à nova realidade diante da estiagem que enfrentada, finaliza.

A concentração inicial foi na Praça Marechal Deodoro da Fonseca, no centro de Bom Jesus da Lapa, em seguida todas as pessoas reunidas caminharam num percurso de pouco mais de 5km até a ponte sob o rio. Faixas em defesa ao Velho Chico puxava a multidão. Segundo a Polícia Militar, participaram da caminhada mais de 25 mil pessoas.

Em cima da ponte, simbolicamente, as pessoas derramaram a água de suas garrafas no Rio São Francisco. No local foi lida uma carta manifesto em defesa ao rio, numa corrente que cresce no Brasil inteiro.

Representação junto ao Ministério público Federal

No mês de setembro o Ato Público em defesa ao Rio São Francisco aconteceu em Pirapora (MG), marcando a entrega de uma representação, formulada pela São Francisco Vivo (SFVivo), para o Ministério Público Federal exigindo moratória para o Rio com a suspensão de novos licenciamentos e outorgas de água para grandes e médios projetos e a revisão dos já concedidos.

Até o momento a representação já foi assinada por 70 entidades, entre associações, sindicatos, institutos, movimentos, pastorais, ONGs e comunidades ligadas à Articulação e entregue aos MPFs em Aracaju (SE), Barreiras (BA), Guanambi (BA), Maceió (AL), Montes Claros (MG) e Petrolina (PE), municípios da Bacia Hidrográfica do Rio.

O documento Pede que o MPF tome as “medidas cabíveis contra os agentes governamentais e privados que violam direitos ao promover ou se omitir frente a degradação da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, mais evidente no atual quadro de estiagem”. Com informações e imagem da Diocese de Barreiras.

LITURGIA DIÁRIA